Passados vários anos a viajar sempre da forma mais barata possível, eis que surge uma viagem a um país que dificilmente pode ser apelidado de barato. A Tanzânia é um dos países mais famosos do mundo para fazer safaris (é a casa do Serengeti!) e, ao mesmo tempo, um destino considerado quase de luxo, com muito pouca infra-estrutura para turismo independente.
Vai daí, vimo-nos na obrigação de contratar uma agência que nos organizasse o safari. No início fiquei um pouco de pé atrás porque nunca contratei uma agência para nada, mas como as alternativas não eram particularmente apetecíveis, lá teve que ser!
E não podíamos ter feito uma escolha melhor, porque a nossa agência tomou conta de tudo e tornou a nossa experiência mil vezes melhor do que tínhamos imaginado. Nós só tivemos que chegar, sentar no jipe e ser passeados que nem uns reis durante a floresta e savana africana durante seis dias.
Mesmo com agência e guias há sempre coisas importantes que devemos saber sobre o nosso destino, por isso aqui vão umas dicas de viagem:
Como chegar: O aeroporto internacional mais perto dos parques nacionais mais relevantes é o Aeroporto do Kilimanjaro. Nós voámos com a Qatar Airways que tem o “pequeno” inconveniente de estar proibida no espaço aéreo da Arábia Saudita o que faz com que os voos “vão dar uma ganda volta”. O único voo directo da europa para o Kilimanjaro é o da KLM a partir de Amesterdão.
Outros aeroportos internacionais: Dar es Salaam e Zanzibar.
Voos internos: uma ida a Zanzibar é praticamente indispensável quando se vai à Tanzânia. Para lá chegares tens várias hipóteses. A mais prestigiada é a Coastal Aviation, mas como é estupidamente cara as outras opções são a Flightlink (a que usámos), a Fastjet e a Precision Air.
Todas elas têm micro-aviões com ar que se vão desfazer no ar, mas a alternativa é um comboio de quase 24 horas entre Arusha e Dar es Saalam… A única coisa má de voar doméstico na Tanzânia é a grande probabilidade de as malas nunca embarcarem. Normalmente chegam no dia seguinte!
Visto: Os portugueses podem adquirir um visto à chegada. O visto custa 50 USD, pagamento em dinheiro. Se estiveste no passado num país com risco de Febre-amarela tens que apresentar o boletim de vacinas com essa vacina. Mais informações aqui.
Clima: A Tanzânia tem várias estações bastante pronunciadas que funcionam mais ou menos assim
Estação das chuvas (época baixa): Março a Maio e Novembro e Dezembro
Estação seca (época alta e meia época): Junho a Outubro e Janeiro e Fevereiro.
Em Fevereiro apanhámos a migração dos gnus e a época em que nascem os gnuzinhos!
Consulta do viajante: Existe algum risco de malária na Tanzânia, por isso é importante levar os medicamentos anti-malária (não sofri com efeitos secundários). Para além da malária há algumas vacinas que convém levar e é aconselhável ir à consulta do viajante uns meses antes da viagem em si.
Água: A água não é potável e não é aconselhável nem para lavar os dentes.
Comida: Nos hotéis a comida é muito ocidental/europeia e como em safari é tudo pensão completa acabámos por nunca comer fora. Em geral a comida é bastante boa e nunca me deu problemas. Já em Zanzibar também comemos bem, particularmente peixe, polvo e lulas.
A escolha da agência: A parte mais importante da viagem! Mal começámos a enviar emails para agências na Tanzânia rapidamente percebemos que a Soul of Tanzania era a melhor opção. Apesar do budget inicial ter sido um um choque, depois de uma certa negociação e ajustamentos o preço ficou muito mais aceitável.
Para além de rápidos nas respostas e de terem uma delegação em Portugal, a Soul of Tanzania foi impecável em todos os aspectos. Todos os guias, motoristas e staff eram simpáticos e pontuais, a comida era infinitamente melhor do que a das outras companhias e nos cinco dias de safari conseguimos ver todos os animais que há para ver. Recomendo a 100%!
Packing List: Tons neutros, várias camadas porque a amplitude térmica é muito grande, protector solar (!), chapéu, óculos de sol, repelente, binóculos pequenos, se quiseres fotografar, uma objectiva de grande alcance será o mais indicado, sapatos fechados (ténis servem), calções e vestidos são bem vindos.
Preço por pessoa: cerca de 2200 dólares por pessoa. 5 dias de safari, 6 noites de alojamento com pensão completa, guia, todas as deslocações na mainland (Zanzibar não), 1 dia de tour a uma vila Maasai, voos ida e volta para Zanzibar e água ilimitada.
Dinheiro: Na mainland convém andar sempre com notas pequenas de dólares por causa das gorjetas. O dólar é aceite em todos os lugares turísticos, mas em lugares mais rurais é melhor ter moeda local. Em Zanzibar, é preferível pagar com Tanzanian shilling.
Gorjetas: Nos hotéis o staff é sempre impecável e disposto a ajudar em tudo, contudo há sempre uma expectativa de gorjeta. Por isso mesmo, é conveniente andar sempre com notas de 1 ou 5 dólares e ir distribuindo.
Kit silêncio: Isto de dormir em plena selva é muito giro, mas se não fores daquelas pessoas que adormece em todo o lado, vai ser difícil ignorar o barulho dos animais durante a noite. Prepara-te e leva uns bons tampões de ouvidos e uma máscara para os olhos por causa da luz de manhã.
Itinerário de 11 dias: Tanzânia + Zanzibar
Dia 1: Chegar e dormir, a viagem é longa!
Dia 2: Safari no Lago Manyara
Dia 3: Viagem até ao Serengeti + Safari no Serengeti
Dia 4: Safari no Serengeti
Dia 5: Safari no Serengeti + Viagem até Ngorongoro
Dia 6: Safari no Ngorongoro + Avião até Zanzibar
Dia 7: Zanzibar
Dia 8: Zanzibar
Dia 9: Zanzibar
Dia 10: Zanzibar + Viagem de volta
Dia 11: Visita a uma tribo local + Avião de volta para a realidade
Claro que com mais tempo há sempre mais possibilidades. Faltou o Kilimanjaro, ver Zanzibar como deve ser (desta vez foi mais para descansar) e visitar outras tribos que seriam certamente tão interessantes como os Maasai. Fica para a próxima 😉