África começa assim que pões o pé fora do Avião. As longas e demoradas filas para o visto indicam uma noção de tempo diferente. Polay polay em swahili, ou devagar devagar em português, é lei.
50 dólares e um senhor dos serviços fronteiriços que falava português depois, estávamos oficialmente prontos para começar a nossa aventura.
Desta vez “nós” sou eu e os meus tios, que me encantam com histórias de safaris em África desde que sou pequenina. Com tantas evocações de cenários dignos de um documentário do National Geographic, mal podia esperar para que chegasse a minha vez. E tinha logo que começar em grande: na Tanzânia.
Observações da minha janela indiscreta
No percurso do aeroporto até ao nosso simpático lodge, senti que iria viver esta viagem numa espécie de bolha. Dentro do nosso moderno e confortável carro com ar condicionado e vidros fumados, observava uma realidade desconfortável do outro lado.
A Tanzânia é um dos países mais pobre do mundo, o oitavo para ser mais precisa, mas no que falta ao país em recursos económicos e infra-estrutura, o seu povo compensa com bom humor e muita lata! Em termos de boa disposição têm-na em abundância.
A acção nas ruas e estradas desenvolve-se qual filme de Hollywood. No trânsito, as regras fazem-se consoante a pressa em chegar ao destino – quem diz que as rotundas só têm um sentido nunca esteve em África.
Já num ritmo mais vagaroso, nos mercados vendem-se todos os itens possíveis e imagináveis e os donos de cafés e restaurantes limpam incessantemente as mesas, cadeiras e chão que se enchem de poeira cada vez que um carro passa.
Lago Manyara: onde os leões sobem às árvores
A Tanzânia tem nada mais nada menos que 16 parques nacionais, todos eles com muito bicho! O Lago Manyara, na minha opinião, foi uma óptima introdução ao mundo dos safaris e tem a grande vantagem de estar num sítio lindíssimo e muito verde.
Por causa da sua densa vegetação há imensos macacos e elefantes, mas o que torna este parque tão famoso é ser a casa dos leões que sobem às árvores (posteriormente ficámos a saber que no Serengeti também sobem!)
Como foi o nosso primeiro parque estava completamente fascinada com tudo. Babuínos? Uau; Búfalos? Adoro!; Águias? Nunca vi!; Elefantes? Posso adoptar um?!; Leões? É o Simba!
Claro que depois de cinco dias a observar o reino animal o entusiasmo já não é assim tão grande – só com leões e leopardos – mas o encanto nunca se desvanece.
Foi logo neste primeiro dia que percebemos que tínhamos feito a escolha certa no que toca ao nosso guia e agência. Ao almoço, enquanto toda a gente comia sandes e frango saídos de caixas de papel, nós tínhamos uma marmita gourmet, com direito a toalha, individuais, comida quente, frutinha cortada, talheres e até vinho!
Sim, que isto de andar à procura de leões nas árvores dá fome… e sede!
Outro dos destaques desta viagem foi o alojamento. Muitas vezes ficámos em lugares absolutamente fantásticos com vistas maravilhosas. E foi o caso do Karatu Simba Lodge que, apesar de difícil de encontrar, está estrategicamente posicionado no meio do nada, e há poucas coisas melhores que isso.
Só mesmo a piscina à tua espera depois de um dia de pó, calor e suor 😉
E foi aqui que recarregámos as baterias e nos preparámos para o dia seguinte que nos ia levar até ao coração do Serengeti.
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