Que p*** de documentário. Peço desculpa, mas quando o vires vais pensar o mesmo.
Em 5 horas abre-te o peito, tira-te o coração qual D. Pedro I e brinca com ele até ficar todo amassadinho. São testemunhos dolorosamente reais que me fazem pensar “que raio de mundo é este em que vivemos”.
Acima de tudo é um despertar da empatia que tantas vezes está algures bem enterrada dentro de nós. É um buraquinho que se abre e que deixa a nossa empatia dizer “olha, este podia ser eu”. Num mundo de Brexits e Trumps, de movimentos contra refugiados e emigrantes, Human é um grito na escuridão que diz “Pára. Escuta e Olha” tal como sempre nos ensinaram a fazer para salvar as nossas vidas. Se calhar está na altura de fazermos o mesmo pelas vidas dos outros.
Costumo ler os comentários no Facebook em notícias sobre a crise dos refugiados para tentar perceber a opinião geral. E por cada pessoa que defende o acolhimento e ajuda há sempre alguém com este argumento “És tão inocente. Eles querem é o nosso dinheiro e o nosso trabalho”. E pergunto-me “Será esta pessoa assim tão inocente?” Porque inocente é pensar que os problemas de quem é refugiado são não ter trabalho ou ter pouco dinheiro. Não, os problemas de quem é refugiado são um bocadinho maiores. São famílias mortas diante dos seus olhos, tortura, perseguição, violação. É um país dizimado pelos interesses ocidentais. É não ter nada nem ninguém. É o tal grito no escuro por sobrevivência.
E é por isso que este documentário devia ser obrigatório. Porque tira-nos o chão que está por baixo dos nossos pés e deixa-nos expostos à fragilidade das histórias que ali são contadas. Há À dor estampada no rosto. Há Às memórias que nunca se apagarão. E tudo o que tem de “mau” também tem de bom e é aí que fica a esperança. Nas respostas do que é a felicidade, o que é o amor e a beleza. Nos sorrisos, nas lágrimas de alegria e nos suspiros de gratidão.
Esta série é tudo menos indiferença. Ficam aqui as três partes:
Parte 1
Parte 2
Parte 3