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Sobre

Xoninhas à conquista da Liberdade!

Foi do alto dos meus 16 anos que comecei a viajar com os meus amigos. Andávamos todos na mesma secundária e gostávamos todos de viajar. Vai daí, decidimos fazer duas viagens juntos: primeiro, um Intrarail pelos caminhos (de ferro) de Portugal e depois uma “viagem de finalistas” a Barcelona – em vez de irmos gastar todo o nosso dinheiro em álcool e ver neve em Andorra (eu bem disse no título que éramos xoninhas).

E muitos pensaram e perguntaram “e os vossos pais deixaram?” ao que eu posso responder “claro que sim. eles bem sabiam que para nós, radical era passar um dia a absorver cultura!”. Só para contextualizar, num grupo de 6 pessoas, 5 foram parar a engenharia (no IST!).

Mas a verdade é que foram viagens espectaculares das quais guardo memórias fantásticas. Foram uma óptima rampa de lançamento para todas as viagens que se seguiram e como todas as viagens que se prezem, peripécias não faltaram!

Intrarail

– As duas primeiras noites foram passadas num navio/pousada com um chão desnivelado que parecia vindo de um episódio de HIMYM

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A primeira noite foi num quarto chamado” alojamento dos convalescentes” e a segunda na “enfermaria geral”… os party hostels que ponham os olhos nisto!

– sendo nós almas poupadíssimas que decidiram cozinhar os jantares nas pousadas da juventude, cozinhamos e comemos com ferramentas dignas dos tempos dos neandertais.

– Excertos do diário de bordo:

  • No autocarro para a pousada o A. pergunta ao P.:

                – Como é que se chamam aqueles gajos estúpidos das florestas?

A E. responde: 

                – Caçadores?

                – Não, aqueles com meias pelos joelhos!

                – Escoceses? – Responde a E.

                – Não! Os gajos que comem comida enlatada e tocam guitarra nas igrejas!

                – Ah – diz o P. – Os escuteiros!

 (peço desculpa se ferimos susceptibilidades)

  • Quando saímos da estação, perguntámos a uma senhora onde podíamos apanhar o autocarro. Ela vira-se e diz: “Autocarros?! Em Aveiro?!”.

Também perguntámos a um homem onde era a pousada da juventude, ao que ele respondeu “ Pousada da juventude?! Em Aveiro?!” 

Após estas encantadoras respostas ficámos logo com uma grande impressão desta cidade.

– tirámos fotos em várias igrejas dignas de nos atirarem directamente para os confins do inferno (mas como somos todos ateus não faz mal)

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– o meu sentido de direcção na altura ainda era nulo e consegui levar-nos pelo caminho mais longo de sempre até ao destino pretendido. Foi o único dia que me incumbiram a responsabilidade de ser eu a ler o mapa…

– vimos Viana do Castelo, Caminha, Porto, Braga, Aveiro, Guarda e Coimbra em 10 dias com menos de 300 Euros. Há que valorizar o talento em matemática 😀

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Barcelona

– Primeira viagem fora de Portugal que organizei. Desde voos, a acomodação (uma casa no centro de Barcelona para 7 pessoas que fico a uns 16€ por noite antes de haver Airbnb!) e sítios a visitar, tudo foi planeado ao detalhe.

– Para não acharmos que éramos muito crescidos, os nossos pais tiveram que assinar uma declaração a dizer que nos deixavam sair do país… aaaah que rebeldes!

– Acho que conseguimos estar uns 4 dias juntos (de 7) sem nos fartarmos todos uns dos outros.

– Fomos a um concerto de música clássica! (neste momento estou a chorar pela Inês de 17 anos)

– Percorremos tudo o que havia para percorrer em Barcelona: Ramblas, Boqueria, Park Guell, Sagrada Família, La Pedrera, praia… tudo! Lindo! 🙂

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Afinal, ser xoninhas tem as suas vantagens 😉

Alfacinha germinada e cultivada num cantinho à beira mar plantado, a Inês tem uma certa inquietação que não a deixa ficar muito tempo tempo no mesmo sítio. Fez Erasmus em Paris, trabalhou em Istambul e em Portugal, fez um mestrado em Creative Advertising em Milão e agora trabalha no Reino Unido. Viajar, criatividade, cozinhar, dançar e ler são algumas das suas paixões. A combinação de algumas delas deu origem a este blog, o Mudanças Constantes. Bem-vindos!

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