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10 dicas para viajar em segurança

Viajar de forma independente é um sinónimo de liberdade, mas também significa que todo o planeamento depende de ti. Se isso te parecer uma tarefa inalcançável, podes ter a certeza que não é! Estas são as minhas dicas para te preparares para o desconhecido e conseguir fintar as situações menos agradáveis que te possam aparecer pelo caminho.

1. Compra um cartão SIM

Quando comecei a viajar era muito contra comprar um cartão SIM. Estava habituada a mapas em papel e chamadas para casa à custa do wifi dos hostels. Ainda assim, tenho que reconhecer que ter acesso ao Google Maps a qualquer altura em qualquer lugar tem as suas vantagens.

Apesar de me adorar “perder” em cidades e vilas enveredando pelas ruas e ruelas que mais me chamam à atenção, dispenso perder-me em guetos à meia-noite num lugar onde não falo a língua.

Outra vantagem de ter um cartão SIM é poderes trocar mensagens com pessoas que conheces “na estrada” e fazer planos com elas mais facilmente. A Internet nos hostels está longe de ser garantida.
Claro que tudo isto também depende do destino que pretendes visitar. No Japão, por exemplo, há WiFi grátis em todo o lado e um cartão SIM, que ainda por cima é caro, torna-se inútil. Na dúvida, pesquisa.

2. Cuidado com as bebidas baratas
Rum ao preço da chuva, copos de cocktail de tamanho de baldes, cerveja com 9% de álcool são tudo ingredientes que fazem parte de uma boa viagem à volta do mundo. Contudo, beber até ficares inválido quando estás rodeado de pessoas que não conheces pode não ser a melhor ideia. Por isso, fica a dica: diverte-te, mas conhece os teus limites.

3. Faz cópias, duplica os cartões
No caso de perderes ou de te roubarem o passaporte é muito mais fácil ires à embaixada ou consulado e arranjar um novo se tiveres registos do anterior. Não te esqueças de levar várias fotocópias do teu passaporte, digitaliza o passaporte e guarda a imagem no teu telemóvel e na cloud. Se tiveres que fazer vistos, leva várias fotografias tipo passe.

Quanto aos cartões bancários, podes sempre andar com um ou dois na carteira e com um extra numa parte recôndita da tua mochila. Leva dois ou três cartões débito/crédito contigo caso percas um ou uma máquina multibanco te coma um. Um (ou mais) VISA e um (ou mais) Mastercard é a melhor estratégia, porque vais encontrar lugares que não aceitam um deles.

4. Informa-te
Faz a tua pesquisa. Esta é a dica mais importante que posso dar. Informa-te sobre as leis do país, os costumes e a cultura. Hoje em dia não há desculpas para consumir drogas na Indonésia (pena de morte), voar drones no Irão (é o Irão…) ou andar de calções no Dubai. Pesquisa os esquemas para turistas mais comuns e junta-te a grupos de Facebook e fóruns sobre o país ou região que queres visitar, principalmente se fores para fora da tua zona de conforto. Conhecimento é poder em todo o lado e não custa nada estar preparado.

5. Lembra-te dos vistos
Pertencer à União Europeia é ter o privilégio de nos esquecermos que existem fronteiras e países onde a entrada só é possível com um visto na mão. Antes de comprares o voo para o teu destino, verifica quais são os requisitos de entrada. O passaporte português dá-te acesso facilitado ao mundo quase todo, mas podes ter que apresentar um voo de saída do país antes de entrares no avião ou comprovativos que tens x dinheiro na conta.

6. Faz um seguro
Hoje em dia fazer um seguro de viagem já não é um pesadelo. Seguradoras como a IATI são especializadas em viagens e cobrem tudo e mais alguma coisa que possas precisar. Se viajares para fora da Europa, recomendo a 100% fazer um seguro nem que seja por descargo de consciência.

7. Consulta do Viajante
A Consulta do Viajante é algo que a maioria das pessoas não sabe que existe. É uma consulta disponível em centros de saúde por todo o país e até online. Nessa consulta um médico vai indicar-te os cuidados a ter em cada lugar que pretendes visitar, as vacinas que tens que tomar e até a prescrição de medicamentos (como antibióticos) para levares em caso de emergência. É uma consulta essencial para todos os que quiserem visitar destinos mais exóticos.
Não te esqueças do teu boletim individual de saúde/vacinas ou vais ter que lá voltar como eu.

8. Leva uma farmácia
No seguimento dos últimos dois pontos, é sempre uma boa ideia levar uma pequena farmácia atrás, porque acredita, vais precisar. Estes são os mínimos olímpicos para te considerares preparado:

  • Pensos rápidos
  • Paracetamol / Ibuprofen
  • Repelente de mosquitos
  • Certificado de vacinas internacional
  • Antibióticos de emergência (prescritos pelo médico na consulta do viajante)
  • Protector solar
  • UL 250 (diarreia) – probióticos são salva vidas
  • Profilaxia da malária (se necessário)

Em caso de emergência no país em que estás, visita uma farmácia com um ar legítimo em vez de comprar comprimidos à beira da estrada. Na Ásia e em África é comum vender-se comprimidos individuais em vez de uma caixa inteira.

9. Veste-te de acordo com as normas
Concordemos ou não com as políticas e regras dos países que visitamos é importante respeitá-las. Nos países muçulmanos as mulheres devem andar com roupas mais “modestas” que não revelem demasiado o corpo e os homens não podem entrar com calções em mesquitas por exemplo. Em países asiáticos, muçulmanos e em grande parte da Europa não se entra em casa de outras pessoas com sapatos e as mesmas regras estendem-se a templos hindus, budistas e até a bares de praia.

Mais uma vez, há que fazer o trabalho de casa e estar preparado. Caso sejas mulher, aconselho-te a teres sempre um lenço na mala para tapar ombros e/ou cabelo para nunca seres apanhada de surpresa e dependendo dos países, opta por calças largas e frescas em vez de calções e saias.

10. Segue o teu instinto: se não fizer sentido não o faças
Esta pode parecer uma dica algo inútil, mas não é! Se o teu instinto te disser para não confiares naquela pessoa ou naquele lugar, não confies. “Não” é uma palavra tão legítima como “sim” e está lá para ser usada. Isto aplica-se a um taxista, a um vendedor, a um hostel ou a um host. Se o teu instinto disser “aqui não” pega nas tuas coisas e vai-te embora. Não deves nada a ninguém, só a ti mesmo/a.


10+1. Não te preocupes demasiado
Às vezes vai chover, às vezes o teu comboio vai-se atrasar durante horas e muitas vezes vais ter que tomar banhos de água fria. Vais ser enganado por vendedores e ninguém escapa a uma ou outra intoxicação alimentar. E sabes que mais? Está tudo bem!


As melhores histórias de viagem começam sempre com algo que corre mal ou com algo inesperado, por isso desde que não estejas em risco, abraça o imprevisto!

Alfacinha germinada e cultivada num cantinho à beira mar plantado, a Inês tem uma certa inquietação que não a deixa ficar muito tempo tempo no mesmo sítio. Fez Erasmus em Paris, trabalhou em Istambul e em Portugal, fez um mestrado em Creative Advertising em Milão e agora trabalha no Reino Unido. Viajar, criatividade, cozinhar, dançar e ler são algumas das suas paixões. A combinação de algumas delas deu origem a este blog, o Mudanças Constantes. Bem-vindos!

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