Portugal

Alvor, Silves e o fecho de 2020

Os últimos dias de 2020 foram dos mais stressantes da minha vida. Haveria melhor forma de concluir o ano mais caótico das últimas décadas? Num belo sábado à tarde, enquanto dormia uma sesta, o governo inglês de Boris Johnson fazia mais uma das suas “U-turn” (expressão mais utilizada pelos media ingleses em 2020) ao dizer que as fronteiras iam fechar e que milhões de pessoas deveriam cancelar dos seus planos natalícios devido a uma nova estirpe que tinha sido identificada no sudoeste de Inglaterra.

Com o meu voo marcado para dali a três dias condenado ao cancelamento, decidi também eu fazer uma “U-turn” e voar para Portugal nas doze horas seguintes antes que ficasse presa. Mais uma vez, só acreditaria que seria bem sucedida quando saísse do aeroporto de Lisboa. E saí!

Com um Natal recheado de filhós, bacalhau e fatias douradas e uma semana cheia de planos, este vislumbre de normalidade culminou em dois dias no Algarve para me relembrar de como é sentir o sol na pele.

Silves: um tesouro algarvio que passa despercebido

Já lá vão 27 anos desde que vou ao Algarve com uma certa regularidade e não me lembro de alguma vez ter posto um pezinho em Silves, o que é uma pena.

Quem diria que ali tão perto de lugares badalados como Lagos e Portimão estava esta pequena vila adormecida que é uma autêntica viagem até ao “Portugal dos Mouros”. Com uma herança histórica incrível, passear pelas ruas quase desertas de Silves levou-me para outras viagens feitas por terras irmãs como Córdoba e Sevilha.

Tal como qualquer vila ou cidade portuguesa que se preze, Silves tem um castelo, muralhas, catedral e, cereja no topo do bolo, uma ponte romana. Mas o que eu gosto mesmo é de andar pelas ruas desertas e descobrir estas belezas.

Alvor: Estarei eu a transformar-me numa reformada inglesa?

Algarve no Inverno, passeios na praia, apanhar sol na varanda de um hotel com vista mar… contem comigo para a migração anual Inglaterra – Algarve. Lar de inúmeras caminhadas costeiras, cada uma mais bonita que a outra, o Alvor é o lugar ideal para nos curarmos dos “winter blues com uma boa dose de vitamina mar e sol. Para tornar as coisas ainda mais apetecíveis, pelo menos para mim uma apreciadora de paz e sossego como eu, Alvor é uma calmaria.

Uma das caminhadas mais bonitas de Alvor começa na Praia do Vau e vai até à Praia do Submarino ou um pouco mais longe se conseguires encontrar o caminho! As vistas sobre as falésias são fantásticas e, como habitual, a água é de um apetitoso azul gelado.

A outra grande caminhada de Alvor começa na Praia dos Três Irmãos e vai até à Ria de Alvor onde os rabos para o ar dominam a paisagem, uma vez que a apanha de lambujinha se tornou numa feroz competição praticada pelos habitantes locais.

Como não há visita ao Barlavento algarvio que não inclua uma paragem em Lagos, aqui ficam as imagens de um pôr do sol que testemunhámos sentados nas falésias.

Cascatas à portuguesa

Temos das melhores praias do mundo, o sol brilha na maioria dos dias do ano e a comida sabe a comida. Mas se há coisa sobre a qual não nos podemos gabar muito são as nossas cascatas… um desses exemplos é a Queda do Vigário em Alte, um pequeno jacto de água a sair de uma parede de argila. Não faria um desvio para visitar, mas se tiveres na zona pode ser uma boa opção para esticar as pernas.

Alte em si é uma tradicional aldeia algarvia com alguns restaurantes simples e simpáticos para reabastecer antes de seguirmos caminho de volta a Lisboa.

Alfacinha germinada e cultivada num cantinho à beira mar plantado, a Inês tem uma certa inquietação que não a deixa ficar muito tempo tempo no mesmo sítio. Fez Erasmus em Paris, trabalhou em Istambul e em Portugal, fez um mestrado em Creative Advertising em Milão e agora trabalha no Reino Unido. Viajar, criatividade, cozinhar, dançar e ler são algumas das suas paixões. A combinação de algumas delas deu origem a este blog, o Mudanças Constantes. Bem-vindos!

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