Portugal

O Centro de Portugal e as origens esquecidas

Desde que me lembro que ouço falar na “Rapada”. A Rapada é uma aldeia no coração geográfico de Portugal que fez parte da vida da minha família do lado materno durante muitos anos. Rebaptizada de Santo António do Alva, um nome que não faz juz a nada, esta aldeia faz parte do meu imaginário por ser um dos principais cenários das histórias que os meus pais e tios contam à mesa de jantar.

Por ser num local tão isolado e pela mítica casa da Rapada agora ser mais a ruína da Rapada, já lá iam mais de vinte anos desde que visitei as minhas origens beirenses. Como 2020 me levou a Portugal mais vezes do que seria expectável em Setembro surgiu a ideia de irmos até ao Gerês passando pelo centro do país.

Pelo caminho fizemos várias paragens que merecem ser recordadas:

Portas do Ceira, o fenómeno geológico

Sendo eu uma rapariga criada a banhos de praia e não de rio, tenho que admitir que alguns rios e praias fluviais dão paisagens lindíssimas. É o caso do Cabril do Ceira que nos oferece uma visão de grandeza a que estamos pouco habituados em Portugal. No meio de duas paredes quartzíticas (nome técnico: pedregulhos) passa lentamente o rio Ceira como se de um espelho de água se tratasse. É o lugar perfeito para um piquenique e um banho gelado.

Góis, a paragem técnica

Falando em piqueniques e continuando no tema das praias fluviais a paragem seguinte foi em Góis. Pode não ser o lugar mais emblemático do país, mas mereceu uma curta visita para um passeio pelas margens do Rio Ceira e comer qualquer coisinha!

Serra do Açor, o Portugal inexplorado

Começando a subir pela Serra do Açor a paisagem modifica-se e as vistas são mais desafogadas. Aqui reinam as praias fluviais, as aldeias de xisto e trilhos pedonais que espero um dia vir a explorar com mais tempo.

Piódão, xisto para dar e vender

A aldeia de xisto mais famosa de Portugal merece todos os elogios que lhe fazem. Tirando a estranha e destoante igreja branca que decidiram construir à entrada deste lugar único, o Piódão é material de conto de fadas.

As cores e texturas da pedra, as portas azuis, as ruas inclinadas e estreitas e uma paisagem aos socalcos são os ingredientes que tornam esta aldeia tão remota numa paragem obrigatória.
Uma das coisas que ficou por fazer foi o trilho que liga Piódão – Chãs d’Égua – Foz d’Égua que parece ser uma das melhores formas de conhecer a zona.

Foz d’Égua, o quadro perfeito

Finalmente chegámos ao meu lugar preferido. Foz d’Égua não é mais que meia dúzia de casas, mas há que tirar o chapéu a quem idealizou aquelas pontes e enquadramento. Não tenho muito a acrescentar a estas imagens que falam por si próprias.

O Centro de Portugal é possivelmente a região com mais lugares que ainda tenho por explorar (não contando com as ilhas!), algo que planeio continuar a fazer nas próximas visitas.

Alfacinha germinada e cultivada num cantinho à beira mar plantado, a Inês tem uma certa inquietação que não a deixa ficar muito tempo tempo no mesmo sítio. Fez Erasmus em Paris, trabalhou em Istambul e em Portugal, fez um mestrado em Creative Advertising em Milão e agora trabalha no Reino Unido. Viajar, criatividade, cozinhar, dançar e ler são algumas das suas paixões. A combinação de algumas delas deu origem a este blog, o Mudanças Constantes. Bem-vindos!

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