Islândia

10 lugares a não perder no Sul da Islândia

O sul da Islândia foi a região que levou a maior fatia do nosso tempo. Nesta terra de gelo e fogo abrandámos o ritmo e conseguimos explorar um bocadinho mais a fundo cada lugar, sem nos preocuparmos tanto com a quantidade de quilómetros que ainda tínhamos por fazer.

Afinal, é aqui que se encontram algumas das cascatas mais icónicas da Islândia, o maior glaciar da ilha e até os destroços de um avião que por ali se estraçalhou nos anos 70.

Resumindo três dias num post, aqui vão os dez lugares que não podes perder no Sul da Islândia:

Lagoa Glaciar Jökulsárlón e os outros mil glaciares

É em países como a Islândia que dá jeito ter pais mais audazes que nós. Para o dia de anos da minha mãe marcámos um passeio numa pequena lancha pela lagoa glaciar Jökulsárlón. O capítulo “Amarais: uma aventura no gelo” estava prestes a começar.

Quando chegámos, fomos recebidos por um guia australiano, muito entusiasmado, que andava louco com o Conan Osíris. Pela primeira vez o Cristiano Ronaldo tinha sido suplantado.

Vestimo-nos num estilo Explorador do Árctico e depois de um pequeno briefing de segurança voámos em direcção ao início do glaciar com um vento gelado a fazer um lifting rejuvenescedor na nossa cara.

Ao alcançarmos o ponto mais perto possível, já com os motores desligados, começámos a aprender mais e mais sobre este Glaciar/Lagoa de nome impronunciável – como quase tudo na Islândia. Esta extensão de gelo faz parte do maior glaciar da Europa e a sua lagoa tem uma cor única (muito azul) porque está em contacto com a água do mar.

Ao longe ouvia-se o gelo a rachar e a cair e eu só pensava “espero que não venha aí um tsunami”. Mas ainda mais bonito que o glaciar são os icebergs que flutuam pela lagoa em direcção ao mar. Para além do azul glacial deslumbrante, vimos uma foca gorducha a descansar em cima de um iceberg. Coisa mais linda!

Fizemos a tour com a Ice Lagoon Adventure Tours e não podia deixar de os recomendar. A tour custa cerca de 70€ por pessoa e dura uma hora.

E se pensas que este é o único glaciar para ver na zona, “tá errrraaaadooo”. Por todos os lados brotam glaciares e voltamos àquele velho dilema islandês: onde é que paramos e onde é que não paramos.

Skógafoss

Depois de uma semana de Islândia, tinha chegado o momento de reflectir sobre qual foi a cascata mais bonita que vimos. A decisão não foi muito difícil, porque apesar de não ser a maior ou mais feroz das cascatas, é impossível bater o cenário da Skógafoss.

Areia preta, arco-íris duplos, verde musgo que trepa pelas rochas e a fantástica caminhada até ao cimo da cascata e que continua rio acima… É simplesmente imperdível.

Seljalandsfoss

Claro que na Islâdia, uma cascata só não chega. Têm que ser logo duas ou três de cada vez. No caso da Seljalandsfoss, que tem a particularidade de se poder caminhar por trás da água, existem mais duas cascatas vizinhas. Não te esqueças do impermeável se te quiseres aproximar já que o banho é garantido.

 À semelhança de outros lugares mais turísticos na Islândia, este parque de estacionamento é pago, mas se estacionares no parque mais longe da cascata, é grátis.

Höfn

Höfn tem o potencial para ser a paragem mais surpreendente de toda a viagem. De forma meio inesperada, fomos lá parar porque estávamos na zona e havia um Netto (o nosso supermercado preferido). O que não sabíamos é que íamos almoçar com uma vista para três ou quatro glaciares diferentes que ocupavam uma extensão tão grande que nem cabia na máquina fotográfica!

Solheimasandur Plane Wreck

E para não ser tudo beleza natural aqui vão uns restos de avião para desenjoar. Em 1973, um avião da marinha dos Estados Unidos ficou sem combustível e caiu numa praia de areia negra da Islândia. Agora, é um dos lugares mais fotografados do país.

A primeira vez que chegámos ao parque de estacionamento antes do caminho que te leva ao avião, estava cheio de gente e quando nos deparámos com sinais de perigo e que alertavam as pessoas para se prepararem para uma caminhada de no mínimo três horas para ir e vir decidimos que não valia a pena. O shuttle que faz o mesmo caminho é caríssimo e pareceu-nos ridículo pagar para fazer um percurso daqueles.

Na volta tornámos a parar ali (desta vez mais cedo, pelas 10 da manhã) e encontrámos o estacionamento quase vazio. Ainda estávamos na dúvida, até porque as nuvens prometiam chuva, mas quando vimos pessoas a fazer a caminhada com mini crianças, achámos que estava na altura de nos fazermos fortes e ir. E foi o melhor que fizemos!

Para chegar aos destroços é preciso caminhar cerca de 45 minutos (4km) e mais 45 para vir. Não sei em que ritmo de andamento é que eles se basearam para as tais “três horas”… O trilho é muito fácil, sempre em frente e passado meia hora começámos a ver o lugar onde se encontravam os restos mortais do avião.

É um lugar diferente de tudo o que já vi e que podia facilmente pertencer a um filme de ficção científica. Àquela hora ainda não havia muita gente e pudemos explorar calmamente o lugar. Já li que durante as horas mais concorridas não é um lugar particularmente agradável já que toda a gente sobe para cima do avião, o que supostamente é proibido.

Mesmo assim, recomendo a 100% porque onde mais é que vais poder ver algo assim?

PS: toda a tripulação sobreviveu ao acidente.

Dyrhólaey Viewpoint

Para um país com tantas paisagens de cortar a respiração, não existem assim tantos miradouros que nos permitam ter uma vista de centenas e centenas de quilómetros. E é por isso que o Miradouro de Dyrhólaey se destaca. Do topo, de um lado está um areal negro infinito que contrasta com o azul vibrante da água do mar. Do outro lado, a praia Reynisfjara e os seus icónicos rochedos.

Os guias dizem que há papagaios-do-mar (puffins) nesta zona, mas nós não vimos nenhum!

Diamond Beach

Um dos maiores hits islandeses no Instagram é a praia dos Diamantes. Coladinha à Lagoa Glaciar Jökulsárlón, é nesta praia que os fabulosos icebergs que tínhamos andado a ver no barco desaguam.

Tal como no Geysir, aqui os adultos transformam-se em crianças e brincam com os pedaços de gelo que povoam esta praia ainda muito selvagem, que para além dos “diamantes” tem espinhas de peixes gigantes…

Reynisfjara Beach

Esta praia infame tem tanto de bonita como de perigosa. Apesar das rochas no mar chamarem à atenção, semelhantes às da Península de Snaefellsnes, são as colunas de basalto e as suas grutas as estrelas desta praia.

Não fiando muito naquelas águas conhecidas internacionalmente pelas suas ondas furtivas e mortíferas, fiquei-me pela primeira gruta, cujo tecto é tão intrincado que parece uma obra de arte contemporânea.  As colunas mais perto da areia também formam um bom trono, quase digno de Kings Landing.

Svartifoss

Continuando na onda das colunas de basalto, saltamos agora para a Svartifoss. Para lá chegar há que dar às perninhas. Estacionamos o carro (onde era GRÁTIS) e começámos a subir (como tudo na Islândia, o caminho está bem indicado).

Como já seria de esperar, pelo caminho há outras quedas de água, que por esta altura já não impressionam ninguém, mas são sempre prazerosas de se ver. Cerca de 30 minutos depois, quase sempre a subir, lá está ela ao longe, rodeada por floresta e colunas de basalto.

Foi nesta cascata que nos deparámos com os famosos “instagrammers” e “influencers” que rumam à Islândia à procura da fotografia que dê mais likes. O problema é que não se olha a meios para atingir os likes e é a natureza que, outrora intocada, leva com os pezinhos de milhares de turistas todos os dias, apesar das placas dizerem “proibido”.  

A beleza desta cascata é inegável, mas saímos todos um bocadinho desiludidos com o comportamento das pessoas que a visitavam.

Foss a Sidu

Esta pequena cascata pode não ser das mais impressionantes, mas estava tão perto do nosso alojamento no último dia que não a podíamos deixar escapar.

É nestes lugares mais recônditos que se encontra a verdadeira essência da Islândia: teres maravilhas da natureza só para ti. Neste caso, para ti e para pessoas que gostam de tirar fotos nuas…

Bónus: Nauthúsagil

Este foi um dos lugares que descobrimos por acaso. Quando já não tínhamos muito mais para explorar na zona, metemo-nos por uma “estrada” que vai dar ao desfiladeiro Fimmvörduháls, mas depois de 10 minutos percebemos que sem um jipe a sério não íamos chegar a lado nenhum.

Ao voltar para trás vimos um pequeno parque de estacionamento que nos pareceu o lugar ideal para um pic-nic! Viemos depois a descobrir que se nos aventurássemos pelas fendas das rochas iríamos encontrar uma… cascata! Não te esqueças das galochas e do impermeável.

As vistas a partir do topo da colina também são maravilhosas.

E assim acabou a nossa viagem pela Islândia, um país que nos surpreende a cada curva e ao qual adorava poder voltar para explorar os cantinhos mais escondidos!

Alfacinha germinada e cultivada num cantinho à beira mar plantado, a Inês tem uma certa inquietação que não a deixa ficar muito tempo tempo no mesmo sítio. Fez Erasmus em Paris, trabalhou em Istambul e em Portugal, fez um mestrado em Creative Advertising em Milão e agora trabalha no Reino Unido. Viajar, criatividade, cozinhar, dançar e ler são algumas das suas paixões. A combinação de algumas delas deu origem a este blog, o Mudanças Constantes. Bem-vindos!

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