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Alemanha

Munique & Oktoberfest: Litro a Litro

O meu Instagram está cheio de pessoas a beberem quantidades monstruosas de cerveja no Oktoberfest em Munique e isso trouxe-me uma certa nostalgia, relativamente à minha ida ao maior festival de cerveja do mundo, no ano passado. E como tal, decidi voltar a escrever sobre o assunto (já o tinha feito neste blog) e dar-vos uma perspectiva mais alcoólica sobre este evento!

6:00 AM = 0 litros

Peço desculpa se desapontei alguém, mas às 6 da manhã ainda não tinha bebido nada. Chegada de Milão, depois de uma viagem de 8 horas de autocarro, tinha que ir fazer tempo até ir para casa do meu amigo Miguel que mora em Munique, já que ele não queria acordar cedinho… Vá-se lá perceber esta gente!

Enfim, Munique estava linda. A luz rosada do nascer do sol e a tranquilidade que horas pornográficas conferem às cidades, produzem momentos muito especiais.

Amanhecer sobre a estação de comboios

Começando pela Karlsplatz fui andando até à grandiosa Marienplatz e à pitoresca praça onde se encontra a Hofbräuhaus. Já com o meu cartão de memória satisfeito e a horas mais decentes para acordar alguém, meti-me no comboio e fui até casa do Miguel onde o meu dirndl me esperava.

12:00 PM = 0.5 litros

Não existem muitas regras no Oktoberfest, mas se há coisa que tens que fazer é arranjar um fato tradicional da Baviera – dirndl para as mullheres e lederhosen para os homens – para usar no festival. Quase toda a gente tem um (na verdade os alemães têm um armário cheio deles) e vais destoar se não apareceres com calças de ganga e t-shirt.

Eu comprei o meu no Lidl online alemão, que é onde se encontram os fatos mais baratos (50€) e até com uma qualidade decente. Depois de uns 5 minutos a contorcer-me toda para caber naquele espartilho estava pronta!

Selfie pré Oktoberfest a conter a respiração

Mas antes de sairmos ainda tínhamos mais uma tarefa tradicionalmente alemã a completar: comer salsichas, salada de batata e uns molhos esquisitos, tudo acompanhado pela primeira cerveja do dia, claro.

2 PM = 1 litro

Durante as três semanas que dura o festival, Munique transforma-se numa aldeola gigante onde todos os seus habitantes parecem camponeses. Nos supermercados, metro e ruas todos os homens andam de suspensórios, calções e meias até ao joelho e as mulheres de vestido e avental. É algo entre o fascinante e o ridículo.

Já antecipando os preços das cervejas no Oktoberfest toda a gente leva as suas próprias bebidas até à entrada, onde fomos revistados. Nem malas de senhora podem entrar (só aquelas micro, micro).

O Miguel, veterano do festival, sabia a que horas deviamos estar prontos para entrar na tenda  da Hacker Pschorr, e em pouco tempo (e com alguma lata) lá nos conseguimos sentar na mesa de uns neo-zelandeses já muito bêbados. Estava na hora da primeira caneca.

5 PM = 2 litros

Ora, para beber um litro de cerveja demoro mais ou menos duas horas. Os gajos fazem-no num quarto do tempo. Mas isso pouco interessa. Para mim o Oktoberfest é muito mais sobre a festa do que sobre a cerveja. Pessoas do mundo inteiro reúnem-se em tendas coloridas, sobem para cima de bancos e cantam em plenos pulmões enquanto brindam ao som de cânticos alemães.

Quando as músicas são em alemão cantamos à mesma, mas naquele jeito que fazíamos quando éramos crianças e não sabíamos as letras em inglês. A única canção que aprendi mais ou menos é que precede todos os brindes. E acredita, são mais que muitos. E é isto:

Ein Prosit, ein Prosit
Der Gemütlichkeit
Ein Prosit, ein Prosit
Der Gemütlichkeit.

OANS! ZWOA! DREI! G’SUFFA!

Claro que me fiquei só pelo Ein Prosit, mas o que conta é a intenção.

Maior perigo do Oktoberfest? Perderes-te no caminho de volta da casa de banho. Que foi o que me aconteceu porque não levei o telemóvel comigo nem decorei a fila onde todos os meus amigos estavam. Por isso andei para trás e para a frente durante meia hora até os voltar a encontrar. E nem estava bêbada!

9 PM = 3 litros

A esta hora, quase com o Oktoberfest já a fechar, a festa está no seu expoente máximo. Já estavamos a tirar selfies com desconhecidos, a dançar o Despacito em cima das mesas e a cantar o We Are the Champions como se tivéssemos ganho o mundial de futebol. É um ambiente indescritível que fez com que as 8 horas em que estivemos naquela tenda parecessem duas.

Não sabemos quem são, mas somos todos muito amigos!

É daquelas experiências que valem a pena pelo menos uma vez na vida porque não há nada como isto!

Todas as dicas mais “construtivas” podem ser encontradas neste post.

Alfacinha germinada e cultivada num cantinho à beira mar plantado, a Inês tem uma certa inquietação que não a deixa ficar muito tempo tempo no mesmo sítio. Fez Erasmus em Paris, trabalhou em Istambul e em Portugal, fez um mestrado em Creative Advertising em Milão e agora trabalha no Reino Unido. Viajar, criatividade, cozinhar, dançar e ler são algumas das suas paixões. A combinação de algumas delas deu origem a este blog, o Mudanças Constantes. Bem-vindos!

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