Quase todos os portuguese já ouviram falar das Berlengas. Desde a mítica viagem de barco, capaz de assustar os mais corajosos, até ao hostel do Forte São Baptista este arquipélago é a delícia de uns e o terror de outros.
E foi quase na véspera de me ir embora de Portugal outra vez que encontrámos o dia perfeito para esta pequena viagem familiar: o feriado de 15 de Agosto. Claro que este feriado deve ser o dia do ano mais cobiçado para ver as Berlegas, mas tivemos sorte e conseguimos três lugares no primeiro barco do Feeling Berlenga.
Mal entrámos na traineira artilhada recebemos as instruções de como proceder em caso de enjoo, mas parecia que estávamos com sorte “hoje o mar está calmo” diziam eles. Ora, a definição de calmo é claramente algo muito subjectivo. Para os comuns dos mortais “calmo” não é andar onda acima onda abaixo, mas como saímos todos vivos e sem traumas acho que o guia até tinha alguma razão.
Dos primeiros a chegar
Apesar da violência de acordar às 7 da manhã num feriado, foi bom sermos dos primeiros a chegar. Pudemos ver a praia vazia e fazer um pequeno passeio de reconhecimento quase sozinhos. Apesar do tempo estar longe do prometido dia de sol (NUNCA acreditar nas previsões!!) era fácil de perceber que estávamos num lugar muito especial, onde a natureza ainda manda.
Entretanto estava na altura de nos metermos noutro barco e irmos ver as grutas. Aqui sim, o mar estava completamente flat e, enquanto um guia muito engraçado nos explicava os fenómenos geológicos e biológicos à nossa volta, fomos conhecendo a Ilha da Berlenga.
Os exploradores
E assim, sem darmos conta, já estávamos na última actividade programada do dia: o passeio a pé até ao forte. Para esta parte o guia já era dispensável, até porque não gosto muito de andar em grupos grandes, mas sempre se aprende mais qualquer coisita.
Passámos pela aldeia dos pescadores, parque de campismo, farol, ouvimos e cheirámos as centenas de gaivotas que habitam aquela ilha e finalmente chegámos ao famoso forte. É claro que este é o ponto alto da ilha. O enquadramento é perfeito: a ponte com arcos, o forte, as rochas alaranjadas, a água de um azul vivo que é raro em Portugal e quilómetros de oceano até perder de vista. Parece um lugar de conto de fadas, daqueles onde as princesas esperam eternidades por um príncipe que as salve.
Depois do forte é só subir uma escadaria interminável e ir percorrer o resto dos trilhos disponíveis. Por esta altura o nevoeiro estava cada vez mais serrado e já não se via mais do que um palmo à frente do nariz!
A viagem de regresso foi bem mais calma ao som de Ed Sheeran e Shawn Mendes, patrocinado pelo DJ
residente.
Dicas rápidas
Transporte: A forma mais barata de chegar às Berlengas é pela companhia Viamar que tem os maiores barcos. Funciona de Maio a Setembro e os preços vão de 15€ a 22.5€ ida e volta, consoante a época. Podes marcar online neste site: www.viamar-berlenga.com/horarios.html
Agências: Existem várias empresas que arranjam visitas à ilha com actividades incluídas. Duas das mais famosas são a Feeling Berlenga e a Berlengoest. Os preços e pacotes são semelhantes e costumam incluir passeio de barco às grutas, visitas guiadas a pé, snorkeling e mergulho. Só para avisar: a água é gelada! A Feeling Berlenga tem um serviço ok, um pouco mal organizado, mas também foi um dia particularmente popular.
Alojamento: São três as opções de alojamento: Pavilhão Mar e Sol, hostel no Forte e campismo. Todos os contactos e descrições estão neste site: www.berlengas.org/alojamento/
Boa viagem, sem enjoo 😉