“Joana acorda. Temos problemas para resolver!”. Foi assim que começou aquela que viria a ser a manhã mais caótica das nossas vidas. Mal acordei li no telemóvel que uma das pessoas que fazia parte da viagem teve que cancelar e, 10 minutos depois, recebi uma chamada do outro a dizer que tinha perdido o voo. Naquela manhã tínhamos passado de quatro pessoas para duas.
Neste momento entrámos em modo gestão de crise:
1º – Rir e questionar por que é que viajamos com gajos;
2º – Encontrar um novo voo para o que tinha perdido. Em vez de vir para Milão foi para Treviso, o aeroporto mais perto da casa que alugámos;
3º – Ir para o aeroporto e trocar a reserva do carro.
Depois de três horas no aeroporto conseguimos concluir o último passo e estávamos finalmente livres para nos fazermos à estrada. O que vale é que os três dias seguintes nos trariam razões mais do que suficientes para esquecer as desgraças daquela manhã.
Padova: uma visita de 30 minutos e um gelado
De Milão ao Aeroporto de Treviso são 3 horas de distância e como já não íamos conseguir ver nada do que tínhamos planeado neste dia, decidimos que ao menos merecíamos uma paragem rápida em Padova só para ver muito rapidamente o centro e comer um gelado.
Claro que, como todas as cidades italianas, as praças centrais são lindíssimas e deu para ficar com um cheirinho do que a cidade tem para oferecer.
Zoppè di Cadore
Nesta viagem foram os preços do Airbnb a ditar a localização da nossa estadia. O local ideal seria Cortina d’Ampezzo, onde ficam as duas caminhadas que queríamos fazer, mas como é um local para gente fina, ficámos a cerca de uma hora de distância na pequena aldeia de Zoppè di Cadore. E foi uma das melhores partes da nossa viagem. Apresento-vos a casa da Heidi:
O nome da aldeia podia ser “Serenidade e Tranquilidade”. A vista do nosso chalé das montanhas era de cortar a respiração e não se ouvia mais nenhum som para além dos sinos das vaquinhas.
Em Zoppè só existe um restaurante, mas é bastante bom e a preços razoáveis. Chama-se “Antica Locanda al Pelmo” e fecha às Quartas.
E agora, as quatro razões pelas quais os Dolomiti são uma das regiões mais bonitas da Europa:
Tre Cime di Lavaredo
Já fiz muitas caminhadas na vida e esta tem que fazer parte, pelo menos, do meu top 5. O mais impressionante desta caminhada é que, durante os seus 10 quilómetros, a paisagem nunca deixa de ser deslumbrante e muda constantemente.
Desde as zonas mais altas onde a vegetação é escassa e as pedras e rochas dominam o panorama até aos vales verdes com lagos, não há como não ficar apaixonados por estes “três topos” que se erguem orgulhosos enquanto são fotografados de todos os ângulos possíveis e imagináveis.
Fizemos o percurso em cerca de 4.5 horas incluindo pausas para fotografias, água e comida. A caminhada está classificada como “moderada”. Algumas subidas e descidas puxam pelas perninhas, mas nada que não se faça. Deixo o link para o site 10 hikes que tem uma descrição bastante completa do percurso.
O parque de estacionamento é pago e bem pago. 30€ para carros. Vale cada cêntimo, claro!
Lago di Braies – Wildsee
Como acabámos a caminhada anterior antes do esperado ainda tivemos tempo de ir até ao Lago di Braies, um dos mais famosos da zona. Não é difícil de perceber porquê. Para além de ser de fácil acesso as suas cores azuis e verdes parecem o resultado de muitas horas de Photoshop.
Também é possível alugar barcos a remos na pitoresca casinha de madeira e há um percurso à volta ao lago (1 hora por um caminho fácil).
Lago di Sorapis
No segundo dia de Dolomiti dedicámo-nos à outra caminhada obrigatória, a do Lago di Sorapis. Acordámos bastante cedo, porque as previsões davam chuva para a tarde e lá fomos. O tempo não parecia efectivamente muito promissor, mas decidimos arriscar até porque havia mais pessoas a fazer a caminhada.
Os primeiros quilómetros são feitos pela floresta, passado uma pequena cascata, mas sem grandes dificuldades. Eventualmente está na altura de começar a subir. As subidas são definitivamente a parte mais difícil desta caminhada que nalgumas partes é mais escalada do que outra coisa.
Para além disso, para pessoas com vertigens pode não ser a mais indicada porque existem troços à beira do precipício que podem causar tonturas.
Mas depois chegas ao lago, ao lago que podia ser a definição de azul-turquesa. Seja com chuva ou sol a cor é absolutamente estonteante e é o lugar perfeito para um picnic ou para tomares banho se fores corajoso/a.
Mais uma vez, fica aqui o link com os detalhes da caminhada. Para encontrares o parque de estacionamento mais próximo, põe no Google Maps “Misurina – Passo Tre Croci”.
Lago di Caressa
E parece-me que ainda não falei de lagos, não é? Pois bem, aqui vai mais um. O Lago di Caressa é mais pequeno, mas mais uma vez as cores e o cenário envolvente tornam este lugar um ponto imperdível.
E foram quatro dias maravilhosos numa Itália que não parece bem Itália, mas que foi nomeada (por mim!) como uma das regiões mais bonitas do país.
Uma última dica: Santa Maddalena e o Val di Funes também merecem muito uma visita, infelizmente com todas aquelas trocas e baldrocas do primeiro dia não tivemos tempo para visitar. Fica para a próxima, como sempre 😉
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