Felizmente para mim e infelizmente para a minha conta bancária, vim parar a um país onde quase todas as cidades, terras e aldeias valem a pena ser visitadas. Já estava para visitar Génova há imenso tempo, mas por uma razão ou por outra ficava sempre “para a próxima”.
Entretanto surgiu uma visita meio inesperada* (no fim está a explicação) e estava encontrada a desculpa para ir. Génova fica a duas horas de Milão e os comboios mais rascas só custam 13€.
Génova tem cheiro a Focaccias e a mar!
Génova é uma cidade cheia de personalidade. Sempre a subir, tal como Lisboa, as casas amontoam-se colina acima e colina abaixo. O nosso host do Airbnb foi-nos buscar no seu Mercedes milenar e procedeu a uma magnífica demonstração de capacidades de condução e estacionamento impecáveis.
A casa ficava no meio de uma colina (claro!!) e apesar de ser um quarto andar sem escadas tinha uma vista espectacular sobre a cidade. E numa mistura de inglês e italiano ficámos a saber quase tudo sobre a vida dos nossos hosts, como ele quer ir viver para o sudoeste asiático e como ela não acha piada nenhuma à ideia e eventualmente estava na altura de vermos Génova em si.
Para sexta feira à tarde o ambiente era muito calmo. Passeamo-nos pela Via Garilbaldi, Pizza de Ferrari, Piazza Matteotti e chegámos à Catedral de San Lorenzo onde não ficámos muito tempo porque o padre não gostou da minha saia. Por fim, descemos até ao porto, a zona que mais gostei.
Uma das coisas mais especiais desta cidade é que tanto os edifícios como os seus halls de entrada são autênticas obras de arte. Muitas vezes basta espreitar por uma porta e vais ver um pátio que parece um jardim ou um tecto digno de um museu.
Por esta altura já estávamos fartos de cheirar focaccias e não comer nada, por isso decidimos resolver esse problema (na Focaccia e Dintorni) e ir buscar uma simples e uma com pesto e queijo. Tal como nas Cinque Terre, estas são as comidas icónicas de Génova.
E às 8 da noite o primeiro jogo de Portugal do Mundial estava a dar! Como Itália está fora do mundial não foi tão fácil como esperávamos encontrar um sítio para ver o jogo, mas depois de umas voltas conseguimos. Foi um sofrimento muito intenso!!! Mas aquele último golo do Ronaldo foi algo de mágico… A nossa noite acabou num mercado de rua marroquino seguido de uma subida a pique até casa.
Portofino: um outro nível de riqueza
Génova teria certamente muito mais para explorar, mas a perspectiva de um banho no mar, de momento, tem mais força do que suar numa cidade. Portanto apanhámos o comboio das 10 e pouco da manhã (3.60€) e saímos em Santa Margherita Ligure, a estação mais perto de Portofino.
Pela frente tínhamos ainda uma caminhada de 5km até Portofino. E que caminhada! Vimos certamente algumas das mais bonitas praias de Itália e um mar de um azul e verde inimagináveis.
Fomos ao banho numa praia para cães, simplesmente porque estava mais vazia que as outras e ambos preferimos cães a crianças. Água morna, como sempre. De Paraggi até Portofino existem dois caminhos: um para peões e outro para carros. Mas é muito mais fácil e a direito seguir sempre pela estrada e como toda a gente o faz, os condutores têm cuidado.
Ao aproximarmo-nos de Portofino parecia que estávamos a entrar num universo paralelo. Os maiores iates que já tínhamos visto, as marcas mais exclusivas do mundo têm todas lojas lá e as pizzas margheritas nos restaurantes começavam nos 9€ (UM ROUBO). Mas, mais uma vez, a vilinha era tão pitoresca que valeu a pena apesar da ostentação da riqueza.
Para a melhor vista, subimos até ao Castelo de Brown e continuamos na direcção da “spiaggia publica” (praia pública). E descobrimos uma pequena praia paradisíaca escondida. Poucos se atreviam a fazer todo aquele caminho e em pouco tempo ficámos com a praia só para nós.
Um pequeno throwback aos nossos tempos nas Filipinas.
*uma visita do meu “ex-namorado” Jimmy. Entretanto tínhamos acabado, por causa da distância, mas talvez isso deixe de ser um problema no futuro. Vamos ver. Vidas de gente que só se apaixona por estrangeiros!