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Itália

Cinque Terre: não era preciso esmerarem-se tanto!

Mas porque é que tem que ser tudo tão bonito?!!

Um fim-de-semana a passear pelas Cinque Terre estava na minha bucket list desde que soube que ia viver em Itália. Já lá vão quase 10 anos desde a última vez que tinha visto aquelas pequenas vilas incrustadas nas rochas à beira bar e estava na altura de regressar.

Acabou por acontecer de uma forma muito espontânea e à última da hora com uma amiga que mora em Londres e que alinhou nesta escapadela. Aqui fica o relato e as dicas de três dias que nos recarregaram as baterias para as próximas semanas, com direito a uma terra extra e tudo!

A “terra” extra: Portovenere

Porto Venere não faz oficialmente parte das Cinque Terre, mas foi aqui que acabámos por ficar já que era onde se encontrava o alojamento mais barato: o Ostello di Porto Venere. E ainda bem! Não são muitos os turistas que chegam até aqui porque Portovenere só é acessível de barco ou autocarro (a partir de La Spezia).

O ponto mais bonito desta vila é a Igreja Saint Peter, principalmente vista a partir das muralhas do Castello Doria. Nesta zona também podes encontrar um cemitério com os mortos mais sortudos do mundo, porque a vista é espectacular!

Para almoçar ou jantar passeia pelas ruelas estreitas e coloridas de Portovenere e algo irás encontrar. E se estiveres mais numa de aperitivo ou beber um copo na praça principal à beira mar existem imensos bares.

Esta foi uma das minhas “terras” preferidas, por isso não deixes que te escape 😉

Primeira terra: Corniglia

No nosso primeiro dia oficial de Cinque Terre começámos por aquela que é a terra menos conhecida, Corniglia. O facto de teres de subir uma data de escadas para lá chegar afasta muitas pessoas. Por isso, ainda mais uma razão para a visitares!

A subir as escadas…

Para além das suas cores, casas tortas e focaccias que caracterizam todas estas vilas, também encontrámos um caminho vertiginoso até ao mar e depois de muitos “ais e uis” fizemo-nos à água que, em meados de Maio, estava à mesma temperatura do mar em Lisboa nos melhores dias de Verão.

E como toda a gente sabe, o sol e o mar dão fome e fomos dar com uma charcutaria/mercearia que fazia uns paninos deliciosos. O meu era de pesto, peccorino e beringela grelhada. Um pitéu! Os gelados da Alberto Gelataria também se recomendam.

Segunda terra: Manarola

Não sabíamos muito bem se o caminho pedonal entre Corniglia e Manarola estava aberto por isso apanhámos o comboio. Manarola é uma das vilas mais pitorescas e consequentemente uma das mais lotadas. Mas o melhor que há para fazer é subir aos vários miradouros e admirar a paisagem rochosa que esta zona tem para oferecer.


O caminho entre Manarola e Riomaggiore é um dos mais famosos do mundo: a Via Dell’Amore. Infelizmente agora está fechado por causa de alguns deslizamentos de terra, mas a reabertura está prevista para breve.

Terceira terra: Riomaggiore

Riomaggiore é muito pequenina, e sua maior atracção é a baia emoldurada por pequenos prédios de mil e uma cores. Na água, uns nadam, outros fazem snorkeling ou até paddling. Para nós foi uma paragem um pouco mais rápida que as outras, mas não deixa de ter o seu encanto.

Por esta altura voltámos para a nossa “terra” e fomos relaxar para uma praia quase deserta ao lado de Portovenere. O dia acabou com um belo de um aperitivo de supermercado: presunto, speck, queijos e uma vinhaça! Isto sim, é vida!

Quarta terra: Vernazza

Deixámos duas terras para ver no nosso último dia. Decidimos começar por Vernazza porque depois queríamos é praia. Assim que saímos do comboio o calor já se fazia sentir, dirigimo-nos para o centro da vila e subimos ao Castello Doria de Vernazza (1.5€) cuja torre tem uma vista panorâmica espectacular.

Na subida encontrámos a mesa perfeita para pedidos de casamento!

Na verdade, a nossa passagem por Vernazza foi muito baseada em subir coisas. Depois desta torre fizemos parte do caminho que vai até Monterosso para ver as vistas, voltámos ao centro, comemos um gelado e subimos pelo caminho que vai até à Corniglia. Não há hipótese, Vernazza é lindíssima de qualquer lado ou ângulo!

Quinta terra: Monterosso

E estávamos prontas para dar tudo no trabalho “pro” bronze. Monterosso é diferente de todas as outras vilas, porque é maior e a arquitectura já não é tão característica. Por outro lado, tem uma das praias mais famosas da região. Aqui entre nós que ninguém nos ouve, as praias italianas são muito mazinhas, é só pedra e as pessoas estão todas umas em cima das outras. Mas a água é bem mais agradável que em Portugal. Não se pode ter tudo!


Depois de uns mergulhos almoçámos no Il Fornaio di Monterosso, um sítio com umas focaccias incríveis. O pesto e a focaccia são reis na Liguria por isso não provar ambos (separados ou juntos) é crime!

Ainda tivemos tempo para uma última visita à praia, desta vez conseguimos encontrar uma escondida, já depois do Fornaio e do parque estacionamento.

Que bem que se está no campo…

E sem darmos por isso estava na hora de voltar para a cidade e para longe do mar 🙁 O problema das Cinque Terre é este mesmo, ainda não nos tínhamos ido embora e já queríamos voltar. Podiam ter feito umas terras menos perfeitas, bolas! :p

Dicas rápidas

Como chegar: De Milão até La Spezia são 3 horas de comboio, 20€. La Spezia está bem conectada com as maiores cidades de Itália com comboios directos de Roma, Florença, Génova…

Ligações a Portovenere: De La Spezia até Portovenere tens que apanhar o autocarro P. Os bilhetes custam 2.5€ e podem ser comprados na estação de comboios e no hostel também.

Ostello di Porto Venere: Este hostel foi uma surpresa muito agradável. Apesar de não ser um hostel com uma grande atmosfera, está muito bem localizado, tem uma vista espectacular e o staff também era bastante simpático. Não sei se será a melhor solução para solo travelers, mas para nós foi perfeito. 28€ por noite.

Cinque Terre Card: Este é o passe que te permite andar a pé pelos caminhos que ligam as várias terras e há também a opção que inclui viagens ilimitadas de comboio.

Cinque Terre Card (só para caminhos a pé)

1 dia adulto: 7.50€
2 dias adulto: 14.50€

Cinque Terre Card (caminhos + comboio)

1 dia adulto: 16€
2 dias adulto: 29€

Nós fizemos as contas e para nós valia a pena comprar o passe de dois dias pela quantidade de viagens de comboio que íamos fazer. No sábado, quando chegámos à estação de manhã a bicha para os cartões era tão grande que acabámos por comprar online aqui.

Uma viagem única de comboio entre as Cinque Terre são 4€. Não interessa de, ou para onde. Os comboios passam de entre 15 em 15 minutos a meia em meia hora.

Os caminhos

Nós fizemos só partes de alguns caminhos porque os mais pequenos estavam fechados e para os maiores não tínhamos tempo. Em Maio o tempo já começa a estar demasiado quente para caminhadas de várias horas sem sombra e, pelo que vi,  nesta altura os trilhos estavam também demasiado cheios.

Deixo aqui um link que fala sobre os vários caminhos disponíveis, distâncias e tempos. Também diz quais são os troços que estão fechados e quando reabrirão.

Buon viaggio!!

Alfacinha germinada e cultivada num cantinho à beira mar plantado, a Inês tem uma certa inquietação que não a deixa ficar muito tempo tempo no mesmo sítio. Fez Erasmus em Paris, trabalhou em Istambul e em Portugal, fez um mestrado em Creative Advertising em Milão e agora trabalha no Reino Unido. Viajar, criatividade, cozinhar, dançar e ler são algumas das suas paixões. A combinação de algumas delas deu origem a este blog, o Mudanças Constantes. Bem-vindos!

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