Sempre tive o bichinho de ir à Irlanda. Depois de dezenas de livros lidos que relatavam as maravilhas do país (autoras como Juliet Marillier, Nora Roberts, Maeve Binchy…) decidi que tinha mesmo de lá ir. A ocasião surgiu inesperadamente. Apareceu no momento em que percebi que ia recomeçar a trabalhar nas semanas que se seguiam e que ia ter que dizer adeus às férias à grande.
E decidi que era a ocasião perfeita para ir à Irlanda. Falei com uma amiga minha que também alinhou em ir “à maluca” e duas semanas depois estávamos na terra que serviu de cenário a alguns dos melhores livros que já li.
Começámos por Dublin. Cidade pequenina, mas cheia de vida. As pessoas são felizes em Dulin! (e na Irlanda em geral). Toda a gente sai do trabalho e vai beber copos com os amigos para os pubs, onde há música ao vivo – que parece mais um concerto – e um burburinho constante.
Como só tínhamos um dia e meio em Dublin, tivemos de ver tudo muito rapidamente. Fizemos uma lista dos “must do” que mais nos interessavam, agarrámos num mapa e partimos à descoberta de Dublin.
O que mais gostei foi a visita ao Trinity College, tanto pelas estórias contadas pelos guias como pelo papel que aquela universidade desempenhou na história da Irlanda. O Trinity College tem uma das livrarias mais bonitas do mundo e como apaixonada por livros que sou, senti-me como a Alice no País das Maravilhas 😀
O melhor de Dublin:
E agora, a parte mais surreal da nossa visita à Irlanda. Esta viagem foi a primeira vez que fiz Couchsurfing e em Dublin fomos alojadas por uma rapariga brasileira. A ideia era ficarmos na casa dela na última noite que passámos na Irlanda (porque começámos e acabámos em Dublin).
Por isso, quando estávamos a chegar de uma viagem de autocarro que nos ia levar a Dublin, recebi uma mensagem dela (Sara) a perguntar se não queríamos passar por um churrasco na casa de uns amigos dela antes de irmos para casa. E é assim que começam todas as boas estórias: com um sim!
Só relatado:
- O táxi. Começámos por conseguir entrar no que era certamente o pior táxi da Irlanda. Dissemos a morada, o homem não sabia onde era a morada, mas decidiu que devia ligar o taxímetro enquanto estávamos parados e ligava a um amigo a perguntar onde era (numa língua longe do inglês).
- Quando chegámos ao destino, era uma rua sem ninguém senão um casal a drogar-se.
- Depois de uma chamada rápida do género “vem-me buscar à porta rapidamente se não fujo”, com palavras mais calmas e fofinhas, a nossa anfitriã chegou. Era super simpática! Passado um minuto de conversa, e quando já estamos quase a chegar à entrada da casa, ela pergunta “ «nós fumamos, não se importam pois não?”. E eu pensei “ai que amorosa, tem em consideração a nossa saúde pulmonar”.
- Rapidamente nos chegou um cheirinho característico a maconha e percebemos que a pergunta nada tinha a ver com a nossa saúde.
- Na verdade, o churrasco foi super animado, se houver algum brasileiro a ler isto tenho a dizer-vos que vocês são mestres na arte de grelhar carne. Farofa, salada de batata e muita cerveja foram alguns dos ingredientes da noite. Apesar de estarem todos mais para lá do que pra cá, conseguimos ter conversas muito legais e aprendemos que existe uma comunidade brasileira gigantesca em Dublin, constituída por muitos jovens que querem fazer uns trocos enquanto melhoram o inglês. Desde empregadas da limpeza a barmaids e operários fabris, havia de tudo naquela sala.
- A casa onde ficámos a dormir foi toda uma outra experiência. Primeiro, tínhamos dois porquinhos-da-Índia com o quem partilhávamos a sala e que em vez de dormirem durante a noite, restolhavam, restolhavam e restolhavam. Depois, algures durante a madrugada, apareceram uns vizinhos e quase fizeram uma rave no quarto ao lado. Descanso: 0
- Tirando isso, adorei a experiência, até porque todos os brasileiros com que nos cruzámos foram impecáveis e tinham imensa curiosidade em visitar Portugal. Ah, e a nossa host ofereceu-nos a melhor manga que comi na vida!
Pub que aparece no fim do vídeo: The Quay’s Bar
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