A costa da Turquia é um dos meus sítios preferidos neste mundo. Felizmente já tive a oportunidade de visitar diferentes partes em três anos (2013, 2014 e 2015) e nunca desilude. A água é azul-turquesa, limpa e quente. A paisagem é rochosa, verde e muitos sítios permanecem, ainda, intocados. Há de tudo: desde ruínas com milhares de anos em praias paradisíacas e anfiteatros no meio das montanhas a tartarugas a passear calmamente (ou não seriam elas tartarugas) pelas estradas.
No Verão de 2015, eu e o meu namorado da altura (Turco) fizemos uma road trip de mota desde Antália até Izmir. Foram duas semanas de praia, sol, mergulhos, intensas dores de costas, poupanças e contagens até ao último cêntimo (ou kurus, neste caso).
Se estás a pensar fazer uma viagem por esta parte da Turquia, aqui estão os sítios que têm que estar a tua lista:
Antália
Antália tem um lugar especial no meu coração por razões que já expliquei aqui e aqui. Não é de longe a cidade mais bonita da Turquia, mas tem aquele ambiente descontraído de cidade à beira mar sem ser uma seca total. A parte mais antiga – Kaleiçi (nas fotos) – tem uma personalidade forte, distinguindo-se pelas suas casas otomanas recentemente restauradas e pelo chão em pedra. O miradouro e a baía têm uma vista imperdível sobre as montanhas, a cidade e o pôr-do-sol. Segue-se um jantar no maravilhoso Castle Café Bar (a vista compensa os preços turísticos) e acreditamos que chegámos ao céu 🙂
Recomendação de refeição low cost: Çitir Balik (sandes de todo o tipo de peixe com salada e molhos à descrição!)
Antália é também a rainha das “day-trips” uma vez que está rodeada de sítios que devem ser visitados.
Aspendus
Side
Kursunlu Waterfalls
Apesar de ser possível ir a estes sítios de autocarro, todas as agências de viagens de Antália têm tours que combinam as 3 atracções (mais Perge) num dia e a preços razoáveis. Para quem não quer perder muito tempo acho que é a opção perfeita. Eu fiz a minha com a Solymos Travel com um guia muito simpático e um grupo só de 10 pessoas.
Termessos
Termessos é dos sítios mais difíceis de chegar devido à falta de informação na internet. Quando se tem carro é fácil, quando não se tem há que usar a imaginação. Claro que nós (eu e uma amiga Romena) não tínhamos carro e fomos à aventura. Para lá, apanhámos um autocarro até à base do parque (sai frequentemente da estação de Antália). À entrada lá estava um táxi – preparadíssimo à espera de clientes, porque a subir até à entrada a sério são umas 2/3 horas a pé – com o qual tivemos que negociar durante 5 minutos. “Somos estudantes”, “não temos dinheiro” e “então vamos a pé” são grandes argumentos. Passados 15 minutos: subida até à entrada a sério do parque, check!
Descida: nada de táxis, ninguém parece ir descer de carro, por isso toca a ir a pé. “Ao menos a descer todos os santos ajudam”, pensámos nós tentando-nos conformar com o que nos esperava. Eis senão quando passa uma carrinha por nós, com dois homens que perguntam “querem boleia?”. Olhámos uma para a outra por trás dos nossos óculos escuros, e no segundo seguinte passou-nos isto pela cabeça: “podemos ser raptadas e violadas, mas as probabilidades não são assim tão altas e já estamos cansadas de andar a subir e a descer montanhas…”. Sorrimos uma para a outra sem nada verbalizar, acenámos e lá entrámos no carro. Felizmente a minha amiga falava turco, por isso ficou ela encarregue de dar conversa aos homens que até lhe perguntaram quanto é que ela ganhava (isto na Turquia é menos estranho do que parece) e um disse que era massagista e que devíamos ir ao spa dele. Tudo dentro da normalidade portanto. No fim, acabaram por nos deixar sãs e salvas e ainda hoje devem estar à espera de uma chamada nossa para ir ao spa.
Dê por onde der, é uma paragem obrigatória quando se vai a Antália. Uma das experiências “top” desta viagem foi o picnic, depois de uma hora de subida, sentadas numa janela do anfiteatro.
Olympos
Olympos é a meca dos jovens turcos. É a zona mais descontraída da Turquia, conhecida pelas suas praias de sonho e pelas casas nas árvores (sim, os hostels são em cima das árvores). Tem tudo o que uma pessoa precisa: praia, montanhas flamejantes, ruínas (algumas na praia!) e sossego. É um dos meus sítios preferidos na Turquia.
Da última vez que lá estive (durante a viagem de mota) ficámos numa tendinha num parque de campismo muito simpático, chamado Olympos Woods. Era a opção mais barata e custou-nos cerca de 3 euros a cada por noite. Com um supermercado relativamente perto para comprar comida, é o sítio ideal para uns dias low cost.
Claro que um paraíso no meio do nada tem os seus inconvenientes, porque quando se fica sem bateria na mota, o mecânico mais perto é a 90 quilómetros… pois… resolveu-se a empurrar uma mota por uma estrada toda escavacada adentro. Coisas giras que acontecem, mas vale a pena!
Kekova
Ou cidade afundada, é uma pequena ilha conhecida pelas suas ruínas submersas. Fui a Kekova em 2013 enquanto fazia voluntariado em Antália com a equipa do projecto. Tivemos a sorte de terem sido os turcos a organizar a coisa e tínhamos um barco só para nós (mega luxo!) durante um dia inteiro. Foi um dos meus dias preferidos enquanto estive a fazer voluntariado na Turquia. Apanhámos sol, o barco ia parando para mergulharmos na água mais azul que já vi, passámos por ruínas submersas (tenho um fraquinho por coisas antigas debaixo de água), almoçámos comidinhas turcas deliciosas no barco e acabámos o dia a visitar uma cidadezinha portuária e a nadar perto de túmulos com milhares de anos. Ficam as fotos e as saudades.
Vídeo das duas semanas:
A viagem continua aqui!
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