Visitar Beirut no Líbano
Líbano,  Viagens Curtas

A essência do Líbano numa semana: dicas, informações úteis e itinerário

O Líbano é um destino de viagem improvável. A juntar à sua inconveniente posição geográfica entre a Síria e Israel, é um país com muito pouca infra-estrutura turística e até apelidado de caro.

Todas estas características, aparentemente pouco apelativas, fazem do Líbano um país não prioritário para a maioria dos viajantes. E é aqui que se dá o twist: é a falta de turismo que torna o Líbano num país tão autêntico. As pessoas são maravilhosas, acolhedoras sem segundas intenções e genuínas. A comida é deliciosa, há história por todo o lado e tens tudo isto só para ti, porque ainda mais ninguém deu com o Líbano.

Uma semana de férias foi tempo suficiente para quase tudo (é um país muito pequeno) e estas são as minhas dicas para preparares a tua viagem a este país tão singular.

Como chegar: A Transavia, uma low cost holandesa, tem voos directos de Paris e Amesterdão para Beirut, três vezes por semana. Os nossos voos foram 200€, por pessoa, ida e volta. Não há voos directos de Portugal.

Visto: Não é preciso visto, mas a entrada é negada às pessoas com o carimbo de Israel no passaporte. As filas para o controlo de passaporte são longas. Demorámos cerca de 90 minutos até ter o passaporte carimbado. Leva uma caneta para preencher o documento de chegada.

Wifi: O aeroporto tem 30 minutos de wifi gratuito. Recomendo comprar um cartão SIM, principalmente para navegação ou Uber se for o caso. Eu comprei um de 500MB por cerca de 11 USD e deu perfeitamente para uma semana (só não podes andar no Instagram!)

Transportes: A falta de transportes públicos é uma das coisas que pode afastar as pessoas do Líbano: praticamente não existem. Sendo assim, estas são as melhores opções:

Táxi: Muitas pessoas contratam um serviço de táxi para se deslocar no Líbano. O único inconveniente é a possibilidade de seres aldrabado à grande. Nós usámos sempre táxis de uma empresa de um amigo do Rodrigue. Aqui fica o contacto: +9613093626 (Joe).

Uber: Disseram-me que é uma das melhores opções. Evitam-se os enganos e também fazem longas distâncias.

Alugar um carro: Para mim, esta é definitivamente a melhor opção. Apesar da condução ser louca nas cidades, o carro dá-te muita flexibilidade e as estradas não são más (nas montanhas estão um bocado esburacadas). A nível da condução, convém ter alguma experiência, particularmente em países “sem regras” contudo foi muito melhor do que estava à espera. O carro ficou-nos a 30 dólares por dia na Adonis.

Autocarros: Ora bem, os autocarros existem, mas ninguém sabe bem a que horas vêm ou onde é que param. É possível, mas é mais difícil.

Agências: Há sempre agências de turismo que oferecem passeios aos lugares mais turísticos.

Clima: O Líbano tem um clima muito próximo do Europeu com estações muito vincadas. Diria que os melhores meses para visitar são Maio, Junho e Setembro. Nós fomos no fim de Abril e ainda apanhámos um tempo bem fresquinho!

Moeda: Libra libanesa e dólares americanos. Usam ambos e são aceites em todo o lado. É possível pagar com cartão em muitos lugares. Os ATM cobram bastante por cada levantamento.

Língua: O idioma oficial é o árabe, mas a maioria das pessoas fala Francês e Inglês muito bem.

Segurança: Nunca me senti insegura no Líbano (excepto na estrada). Ao contrário de Marrocos ou Turquia, aqui não há olhares sinuosos ou comentários infelizes. Por outro lado, é o país mais militarizado que já visitei, com dezenas de check points nas estradas, tanques de guerra e militares nas ruas. Claro que toda esta “preparação” é mais inquietante que tranquilizante, mas viajar também é estarmos desconfortáveis.

Roupa: Não há regras. Em Beirut as mulheres produzem-se muito para sair à noite e as discotecas não aceitam modelitos desmazelados.

Comida: A cozinha Libanesa merece um post só para si que eventualmente há-de aparecer. Para mim, os meze ganham a todo o outro tido de comida. Dêem-me uma taça de húmus, uma taça de baba ganoush e um quilo de pão fresco e sou uma mulher feliz.

Preço de uma refeição fast food: 5 a 7 dólares por pessoa
Preço de uma refeição num restaurante normal: 15 a 20 dólares por pessoa
Preço de uma refeição num restaurante bom: +25 dólares por pessoa

Bebidas: A cerveja local é muito decente, Beirut e Almaza e Arak, a bebida mais tradicional, é muito parecida ao Raki da Turquia e Ouzo da Grécia.

Alojamento: Nós acabámos por ficar num hotel perto de casa do meu amigo, mas eu recomendaria um Airbnb em Beirut, vi uns muito giros.

Trânsito: Se ficares em Beirut, tens que ter em atenção a questão do trânsito que é absolutamente infernal durante a semana. Consulta o estado das estradas no Google Maps antes de sair.

Itinerário de uma semana no Líbano

Dia 1: Baatara Gorge, Montanhas do Líbano, Cedros de Deus
Dia 2: Byblos, Batroun, Mseilha Fort e Jeita Grotto
Dia 3: Baalbek, Beqaa Valley, Harissa e Jounieh
Dia 4: Tripoli
Dia 5: Sidon (Saida) e Tyre *
Dia 6: Aanjar e Beiteddine Palace*
Dia 7: Beirut

Nota 1: Batroun é uma pequena vila à beira mar. Não tivemos a oportunidade de explorar muito porque estava a chover, mas é pertinho de Bybos, por isso é fácil de lá chegar. O mesmo se aplica ao Forte, que só vimos de passagem no carro.

Nota 2: Sidon é mais uma cidade histórica no Líbano. As maiores atracções são o Castelo no mar, os souks antigos e o Palácio Dabane.

Nota 3: O dia 6 foi o dia que não conseguimos fazer. Aanjar tem ruínas romanas (surpresa!) e o Palácio Beiteddine otomano do século XIX.

Boas mudanças!

Alfacinha germinada e cultivada num cantinho à beira mar plantado, a Inês tem uma certa inquietação que não a deixa ficar muito tempo tempo no mesmo sítio. Fez Erasmus em Paris, trabalhou em Istambul e em Portugal, fez um mestrado em Creative Advertising em Milão e agora trabalha no Reino Unido. Viajar, criatividade, cozinhar, dançar e ler são algumas das suas paixões. A combinação de algumas delas deu origem a este blog, o Mudanças Constantes. Bem-vindos!

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