Visitar Beirut no Líbano
Líbano

Tripoli and Beirut: encontrei a alma do Líbano

Beleza natural, cascatas e paisagens do Líbano? Check! Monumentos e cidades milenares de cortar a respiração? Check! Falta agora falar das duas cidades que, para mim, são a alma do Líbano: Tripoli e Beirut.

A história não tem sido simpática com estas cidades. Desde a sanguinária guerra civil nos anos 70 até aos recentes bombardeamentos Israelitas em 2006, parece que paira sempre no ar a pergunta “o que é que vem a seguir”?

Marcas da guerra

Ao mesmo tempo, a incerteza do futuro torna os libaneses num povo que ama viver e fá-lo de forma incondicional. Os libaneses têm o sangue na guelra e estas duas cidades são a prova disso.

Tripoli: a alma antiga e conservadora

Culturalmente, Tripoli foi o lugar que mais gostei no Líbano. A confusão do trânsito, o labirinto de ruas do bazar, a herança dos hammams otomanos… Esta cidade é a representação exacta do conceito que todos temos de “Médio Oriente”.

Mal chegámos ao primeiro monumento “da lista”, a Mansouri Great Mosque, demos de caras com uma porta fechada. Antes de termos tempo de decidir onde ir a seguir, um senhor abordou-nos e disse que a pessoa que costuma abrir a mesquita se “tinha esquecido da chave em casa e já voltava”.

Entretanto ofereceu-se para nos mostrar as redondezas gratuitamente e eu fiquei logo de pé atrás. Já são muitos anos a virar frangos no médio oriente, mas este era efectivamente inocente e acabou por ser muito gentil.

A um ritmo louco, vimos dois hammams (Izzeddeen Hammam e Hamam Alnouri), uma madrassa, duas mesquitas e o bazar. Continuo sem saber se ele viveu mesmo em Inglaterra e Espanha (mas falava ambas as línguas) ou se o homem da mesquita se tinha mesmo esquecido da chave, mas a verdade é que no fim nem nos pediu gorjeta (claro que demos à mesma)!

Depois de nos despedirmos aproveitámos o ritmo mais lento e subimos até ao castelo – Citadel of Raymond de Saint-Gilles – que tem uma vista incrível sobre o outro lado do rio, onde o amontoado de casas faz lembrar a América do Sul. À saída deparámo-nos com o parque de estacionamento dos Tanques de guerra e potenciais mísseis…

Quando andava a pesquisar sobre o Líbano e via Tripoli como um dos destinos “obrigatórios” nunca percebi porquê. Nas fotografias pareceu-me sempre uma cidade pouco apelativa e desinteressante. E é exactamente o oposto! Definitivamente um lugar obrigatório, cheio de personalidade e carácter.

Beirut: a alma moderna e festiva

Ao ver a baixa de Beirut mal podia acreditar: é absolutamente deslumbrante. A alcunha de “Paris do Médio Oriente” começou a fazer todo o sentido. Uma cidade que há 50 anos estava absolutamente em ruínas, destruída pela guerra civil, tem um dos centros mais bonitos e bem cuidados que já vi.

Ali, as marcas de luxo reinam e há um cheirinho a dinheiro no ar!

Para além do centro, a Mohamad al amin Mosque é magnífica e fica mesmo ao lado da Saint Georges Maronite Cathedral. Na parte costeira da cidade fomos dar uma espreitadela às Raouche Rock e o passeio à beira mar também é muito agradável.

No meu mapa também tenho marcados os bairros Gemmayzeh e Hamra. Também me recomendaram a Alternative Walking Tour que me parece fantástica.

Hamra

Infelizmente não tivemos tempo suficiente para ver Beirut “a fundo”, mas vivemos Beirut ao máximo! Aqui vão as minhas recomendações de quatro sítios MUITO diferentes que tornaram a nossa viagem inesquecível. Alerta: o Líbano é um país bastante caro.

O melhor Brunch da cidade: o prémio vai para o SUD Restobar. A uma módica quantia de 35 dólares por pessoa, o SUD serve um brunch buffet com bar aberto de sumo de laranja natural e café. Para comer, há tudo. Desde as tradicionais panquecas e crepes, passando pelas saladas e pizzas até a uma quantidade desumana de carne. É brilhante. Convém reservar.

O melhor restaurante tradicional: No Líbano, sê libanês. O meu amigo e as amigas dele decidiram levar-nos a um restaurante de comida tradicional com música libanesa ao vivo, o Bou Melhem. Ora, uma refeição tradicional no Líbano é uma refeição infinita.

À mesa chega 10 vezes mais comida do que a necessária e quando já estamos completamente a rebentar pelas costuras lembram-se de mencionar que aquilo era só entradas. Este restaurante é “comida e bebida à descrição” e os músicos são muito bons. 40 dólares por pessoa. Embrulha! Reservar uns dias antes.

February 30 para dançar: O conceito de discoteca no Líbano é interessante. Em vez de pista de dança há mesas reservadas. No início está tudo muito calmo, parece um bar, mas passados uns copos já está tudo a dançar à volta da mesa.O único inconveniente é a parte de ter que se ter “contactos”. A cunha ainda é rainha no Líbano. A música é uma mistura de Oriental com Western. Adorei!

Acaba a noite no… Makhlouf: Depois da discoteca, só falta mesmo o Shawarma.As pessoas acumulam-se na rua às duas e três da manhã à espera da sua vez, mas o truque parece ser ir para as mesas lá dentro. O Shawarma de frango é de facto divinal. É assim que se acaba uma grande noite!

Alfacinha germinada e cultivada num cantinho à beira mar plantado, a Inês tem uma certa inquietação que não a deixa ficar muito tempo tempo no mesmo sítio. Fez Erasmus em Paris, trabalhou em Istambul e em Portugal, fez um mestrado em Creative Advertising em Milão e agora trabalha no Reino Unido. Viajar, criatividade, cozinhar, dançar e ler são algumas das suas paixões. A combinação de algumas delas deu origem a este blog, o Mudanças Constantes. Bem-vindos!

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